A doutrina de que Jesus Cristo é 100% Deus e 100% homem, conhecida como união hipostática, é central à fé cristã. Por ser uma doutrina muito conhecida, ela vem sendo estudada em diversas áreas, especialmente nos cursos de pós-graduação em Teologia, a fim de compreendê-la um pouco mais.
Este mistério glorioso revela que em Jesus coexistem, de forma plena e sem confusão, duas naturezas: a divina e a humana. Ele é Deus eterno que se fez carne (Jo 1.1,14) para realizar a obra redentora em favor da humanidade.

As Escrituras e a Divindade de Cristo
A divindade de Cristo é claramente afirmada nas Escrituras. O apóstolo João declara que “no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1).
Além disso, Paulo escreve que Jesus é “a imagem do Deus invisível” e “em quem habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 1.15; 2.9). Ele possui atributos que pertencem somente a Deus, como eternidade (Jo 8.58), onipotência (Mt 28.18) e soberania sobre a criação (Cl 1.16-17).
Sua divindade é essencial para que Ele pudesse oferecer um sacrifício perfeito, infinito em valor, capaz de expiar os pecados de toda a humanidade.
Teologia e a humanidade evidenciada de Cristo
Por outro lado, a humanidade de Cristo também é claramente evidenciada. Ele nasceu de uma mulher (Gl 4.4), cresceu (Lc 2.52), experimentou fome (Mt 4.2), sede (Jo 19.28), cansaço (Jo 4.6) e até tristeza (Jo 11.35).
Ele foi tentado em tudo, mas sem pecado (Hb 4.15). Somente sendo verdadeiramente homem Ele poderia se identificar conosco e ser nosso substituto na cruz.
Na Bíblia, o apóstolo Paulo destaca isso ao afirmar que “assim como por um só homem veio a morte, também por um só homem veio a ressurreição dos mortos” (1 Co 15.21-22).
Essa passagem é alvo de diversos debates, especialmente no mundo teológico. Nos últimos anos, os cursos de pós-graduação em Teologia, por exemplo, já voltam seus esforços para tentar entender o que ela significa.
O Concílio de Calcedônia (451 d.C.) estabeleceu a definição ortodoxa de que as duas naturezas de Cristo estão unidas em uma única pessoa, “sem confusão, sem mudança, sem divisão e sem separação”. Esse entendimento é essencial para evitar os extremos heréticos que diminuem sua humanidade ou sua divindade. Ao longo da história, a igreja tem reafirmado essa verdade com base nas Escrituras.
A importância dessa Doutrina no Plano de Deus
Na prática, essa doutrina revela o plano perfeito de Deus. Cristo, sendo Deus, é capaz de reconciliar a humanidade com o Pai, e sendo homem, pode representá-la diante de Deus.
Ele é o mediador perfeito (1 Tm 2.5) e o sacrifício suficiente (Hb 10.12). Como afirmou João Stott, “na cruz, a divindade e a humanidade se encontraram, oferecendo uma solução única e suficiente para o problema do pecado” (STOTT, 2005, p. 45).
Por fim, o fato de Cristo ser 100% Deus e 100% homem não é apenas uma verdade teológica. Mas, na verdade, um convite à adoração. Ele não é apenas um exemplo moral; Ele é o Salvador que nos chama a confiar plenamente n’Ele. Sua divindade nos garante poder e segurança, enquanto sua humanidade nos assegura sua compaixão e proximidade.
Sendo assim, se você deseja compreender melhor sobre esse tópico teológico, nada melhor do que investir em uma boa pós-graduação em Teologia. Isso porque ela possui os melhores debates acerca desta e diversas outras questões teológicas fundamentais para os líderes religiosos.
Texto por Prof. Dr. Elizeu Bandeira de Lima