No Evangelho de Marcos, temos um livro que ensina de forma pedagógica o caminho do seguimento de Jesus. Se dividirmos esse Evangelho em duas partes, teremos na primeira que vai do início até o capítulo 8,29 um espaço no qual os discípulos ainda não conseguem reconhecer quem é Jesus. A compreensão do Evangelho de Marcos é uma das mais importantes do conhecimento Bíblico. Atualmente, há diversas maneiras de se aprofundar neste tema, sendo que há muitas opções de pós-graduação em Teologia especializadas em debater as suas mensagens.
Após a confissão de fé de Pedro que se dá justamente em 8,29 temos uma caminhada pedagógica rumo a Jerusalém na qual os discípulos lentamente vão reconhecendo quem é Jesus. E esse reconhecimento passa pelos três anúncios da Paixão que Jesus faz, buscando deixar claro o que ocorrerá com ele e qual a missão dos discípulos.
Ao analisar os três anúncios da Paixão, percebemos claramente a intenção de Jesus de, a partir desse momento, seguir em direção a Jerusalém para fazer a vontade do Pai. O primeiro anúncio se dá assim: “Então ele começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem sofresse muitas coisas e fosse rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, fosse morto e três dias depois ressuscitasse.” (8,31)
A consciência de Jesus sobre o Plano Divino e sua mensagem para a Teologia
Jesus começa a se mostrar como Messias sofredor com mais clareza. Ele previu e aceitou seus sofrimentos, mas também previu sua ressurreição. Ele não foi surpreendido. Para os judeus seria inaceitável a ideia de um Messias rejeitado, morto e crucificado. E o evangelista mostra que tudo isso fazia parte do plano divino, e que Jesus tinha consciência do fato, tendo-o até predito.
O segundo anúncio é muito breve: “O Filho do Homem será entregue às mãos dos homens e lhe tirarão a vida. Uma vez morto, ressuscitará, depois de três dias! Eles não compreendiam esta palavra, mas tinham medo de lhe fazerem perguntas.” (9, 31)
Nessa altura da caminhada rumo a Jerusalém, o evangelista nos mostra objetivamente que aquele que era o homem representativo, para o bem da humanidade, deveria ser maltratado e até morto às mãos dos homens.
O Messias tinha de sofrer e morrer. Mas os judeus tinham grande dificuldade em reconhecer um Messias que também fosse o Servo Sofredor.
O terceiro anúncio da Paixão é assim: “Novamente ele tomou consigo os Doze e começou a lhes falar sobre o que iria acontecer com eles: Eis que estamos subindo para Jerusalém e o Filho do homem vai ser entregue aos sacerdotes-chefes e aos mestres da lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos pagãos, que farão zombarias as suas custas, cuspirão nele, o açoitarão e lhe tirarão a vida. Mas depois de três dias ressuscitará.”
Aqui se percebe que Jesus previu de forma realista seus sofrimentos. Ele não buscou diminuir o horror que enfrentaria, e nem suavizou o anúncio a seus discípulos, pois deveriam ter uma visão realista dos rigores do discipulado.
Por esse direcionamento, é perceptível que Jesus estava ciente do que sofreria. A compreensão dessa mensagem é extremamente importante para melhor entendimento do Evangelho. Em busca desse entendimento, muitas pessoas vem buscando se aperfeiçoar na Teologia, especialmente em cursos de pós-graduação em Teologia.
A partir dessa mensagem, com os três anúncios da Paixão temos a tríplice afirmação do Filho do Homem, humilde, frágil, diferente do Messias/Cristo, poderoso, triunfalista, que não condiz com a prática de Jesus.
Nesses anúncios encontramos um caminho de seguimento da verdadeira pessoa de Jesus que se apresentou aos discípulos e se apresenta a cada um de nós através da Palavra, da Liturgia, dos sinais, e dos irmãos e irmãs.
A mensagem que Jesus propagou ecoa até os dias atuais no mundo. Dessa forma, é fundamental estudarmos essa mensagem com clareza e, para isso, o estudo avançado da Teologia é necessário. Para tanto, uma ótima opção é uma pós-graduação em Teologia, pois esta visa esclarecer e trazer conhecimento para quem busca uma missão mais aprofundada na mensagem de Cristo.
Texto por Dr. Erik Dorff Schmitz
Dr. Erik Dorff Schmitz é Doutor e Mestre em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC; Graduando em Letras Português pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC; Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica de Santa Catarina – FACASC, Bacharel em Filosofia pela Faculdade São Luiz – FSL.
