Nos últimos anos, os cursos de pós-graduação em Teologia voltaram suas discussões para um tema super importante: a má interpretação dos versículos da Bíblia. Na prática, muitas pessoas costumam desviar do realmente significado que eles possuem, criando uma interpretação própria das escrituras.

Como essa prática, infelizmente, cresceu, é necessário pontuar alguns equívocos que muitos cometem na interpretação correta dos versículos. Por isso, aqui estão alguns pontos básicos que levam as pessoas a má interpretação dos versículos da Bíblia:
1 – Diferenças religiosos na Teologia
Diferenças religiosas entre cristãos podem produzir mal-entendidos. Os cristãos hoje divergem fortemente sobre a estrutura da igreja, os sacramentos, o trabalho do Espírito Santo, eventos do fim dos tempos e outros assuntos.
Versículos sobre esses tópicos são propensos a serem interpretados erroneamente. Por exemplo, as palavras de Paulo sobre ser “arrebatado nas nuvens” em 1 Tessalonicenses 4:17 são difíceis de interpretar quando os cristãos discordam sobre como a Bíblia fala sobre o retorno de Cristo.
Assim, é comum pontuar que esses erros ocorrem devido à ignorância na hora de compreender as Escrituras. Por esse motivo, não é incomum encontrar cursos de pós-graduação em Teologia que visam eliminar esses mal-entendidos, visando garantir melhor compreensão religiosa.
2 – Diferenças políticas e sua discussão em cursos de pós-graduação em Teologia
Diferenças políticas entre cristãos interferem em uma boa interpretação bíblica.
Cristãos politicamente liberais e conservadores frequentemente citam a Bíblia para fins políticos. “Não matarás” (Êxodo 20:13), “olho por olho” (Êxodo 21:24) e “o menor destes” (Mateus 25:45), entre outras frases bíblicas, são frequentemente usadas politicamente.
Em alguns casos, essas passagens são usadas de forma responsável, mas, quando a leitura é influenciada por um compromisso político prévio, um mal-entendido ou má aplicação provavelmente ocorrerá.
A Bíblia, é claro, tem implicações para a política atual, mas a maioria dos pastores e estudiosos bíblicos provavelmente concordaria que ela não contém um ensino desenvolvido que possa ser aplicado diretamente à política moderna.
Citar versículos isolados ou partes de versículos e aplicá-los à política contemporânea frequentemente é irresponsável.
Por esse motivo, faz-se necessário melhor compreensão do mundo teológico e, dessa forma, é necessário pontuar que bons cursos de pós-graduação em Teologia podem reforçar um compreendimento mais aprimorado das Escrituras, garantindo melhor disseminação dos versículos bíblicos.
3 – Diferenças sociais e econômicas entre cristãos podem produzir mal-entendidos
A compreensão da Bíblia pode ser influenciada pela classe social de uma pessoa, de modo que pobres, ricos e a classe média podem ter abordagens diferentes a certas passagens. Na Teologia, essas abordagens também são importantes para entender melhor a compreensão da Bíblia.
Dizeres como “Os pobres sempre estarão com vocês” (Marcos 14:7) podem ter significados distintos para leitores ricos e pobres. O “evangelho da prosperidade”, supostamente fundamentado em versículos como “Então farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido” (Josué 1:8), tem um apelo especial às classes sociais mais baixas em muitas partes do mundo.
Sendo assim, diferenças raciais e étnicas frequentemente estão ligadas, por sua vez, a essas diferenças sociais e econômicas.
4 – Diferenças culturais entre o mundo bíblico e o Ocidente moderno são grandes e importantes
Se não forem reconhecidas, essas diferenças de contexto cultural podem levar a mal-entendidos. Pessoas na América do Norte leem a Bíblia com pressupostos culturais modernos e ocidentais. Por exemplo, a cultura americana enfatiza o indivíduo, enquanto o mundo bíblico tendia a ser orientado para o grupo.
A palavra “você” na Bíblia é geralmente entendida hoje como singular, mas na Bíblia é mais frequentemente plural. Isso pode levar a erros interpretativos — por exemplo, quando reivindicamos uma promessa pessoal que, na verdade, é uma promessa a todo um grupo.
Atitudes culturais em relação à riqueza também diferem. Hoje, pensamos que o desejo de ascender na escala financeira é algo bom ou pelo menos moralmente neutro, mas na cultura bíblica esse desejo era moralmente problemático. Isso é um fator significativo em “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1 Timóteo 6:10).
Nos cursos de pós-graduação em Teologia, temas como estes são frequentemente debatidos, para que os estudantes possam ter uma compreensão mais apurada de como ler a Bíblia.
Texto por Jeferson F. Chagas, Ph.D.