A doutrina da imago Dei (imagem de Deus) é um dos conceitos centrais da teologia cristã, fundamentado na afirmação bíblica de Gênesis 1:26-27: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. Sendo considerado um conceito essencial para o cristianismo, a doutrina da imago Dei é amplamente estudada em cursos de pós-graduação em Teologia atualmente.
Essa declaração estabelece a dignidade única do ser humano e sua relação especial com Deus, diferenciando-o do restante da criação.

A partir dessa perspectiva, este texto abordará o significado teológico da imagem de Deus, suas implicações morais e espirituais, e seu impacto na relação do ser humano com o mundo.
O Significado da imago Dei
A expressão imago Dei tem sido interpretada de diversas maneiras ao longo da história. Três abordagens principais se destacam:
Imagem Substancial
Sustenta que a imagem de Deus se refere às capacidades racionais, espirituais e morais do ser humano. Teólogos como Agostinho de Hipona argumentavam que a razão e a vontade livre refletem atributos divinos.
Imagem Funcional
Defende que o ser humano reflete a imagem de Deus por meio do domínio e administração da criação (Gn 1:28). Segundo essa visão, ser à imagem de Deus implica em exercer cuidado sobre o mundo, refletindo a soberania divina.
Imagem Relacional
Enfatiza que a imago Dei se manifesta na capacidade humana de relacionar-se com Deus e com o próximo. Essa interpretação é sustentada por Karl Barth, que argumentava que a Trindade é um modelo para as relações interpessoais humanas.
Essas perspectivas não se excluem, mas se complementam, apontando para a complexidade da natureza humana como reflexo do Criador.
As Consequências da Queda e a Redenção da Imagem
A queda do ser humano, conforme relatado em Gênesis 3, corrompeu, mas não destruiu a imagem de Deus.
O pecado distorceu a moralidade, a razão e a relação com Deus e com o próximo.
No entanto, mesmo após a queda, a Escritura reafirma essa dignidade: “Quem derramar o sangue do homem, pelo homem seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem à sua imagem” (Gn 9:6).
A restauração da imago Dei ocorre plenamente em Cristo. O Novo Testamento identifica Jesus como a “imagem do Deus invisível” (Cl 1:15) e ensina que os crentes são transformados à sua semelhança pelo Espírito Santo (2Co 3:18).
A redenção não apenas recupera a imagem divina no homem, mas a leva à sua plenitude.
Nos últimos anos, o estudo da redenção da imagem tem sido amplamente debatido em cursos de pós-graduação em Teologia, a fim de criar uma discussão sadia sobre o seu significado.
Implicações Éticas e Sociais
A imago Dei fundamenta a ética cristã e os direitos humanos, pois implica que toda vida humana tem valor intrínseco. Isso sustenta princípios como:
- Dignidade Humana: Todo ser humano merece respeito, independentemente de raça, gênero ou condição social.
- Responsabilidade Moral: Como portadores da imagem divina, devemos refletir o caráter de Deus em nossas ações.
- Mordomia da Criação: A administração responsável do meio ambiente reflete nossa vocação dada por Deus.
A Importância da imago Dei
O conceito da imago Dei nos lembra que fomos criados para refletir Deus em nosso caráter, relacionamentos e ações no mundo.
Embora o pecado tenha corrompido essa imagem, a redenção em Cristo nos restaura para viver conforme o propósito divino.
Assim, compreender e viver à luz dessa verdade transforma nossa visão sobre Deus, sobre nós mesmos e sobre os outros.
Por esse direcionamento, podemos dizer que a imago Dei é um ótimo alvo de estudos para os líderes religiosos. Assim como outros temas, ele é extremamente relevante nos cursos de pós-graduação em Teologia, tamanha é a sua importância para quem busca conhecer as Escrituras.
Texto por Prof. Dr. Erik Dorff Schmitz
Erik Dorff Schmitz é Doutor e Mestre em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC; Graduando em Letras Português pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC; Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica de Santa Catarina – FACASC, Bacharel em Filosofia pela Faculdade São Luiz – FSL.