A Doutrina de Deus é o fundamento de toda a teologia cristã. Ela responde às perguntas mais profundas da existência:
Quem é Deus? Como Ele se revela?
Qual é sua relação com o mundo e com a humanidade?
Ao refletirmos sobre a Doutrina de Deus, somos levados a contemplar o mistério divino, sua majestade,
seu caráter e sua ação no tempo e na eternidade. A Bíblia apresenta Deus como o Criador, Sustentador e Redentor do
universo. Em Gênesis 1, Ele é o Deus que, por Sua palavra, traz à existência todas as coisas. Não há competição de poderes, nem luta com forças do caos.
Deus cria com ordem, beleza e propósito. Isso nos mostra que Ele é soberano, transcendente e onipotente. Ao mesmo tempo, é um Deus pessoal, que se relaciona com o ser humano, formando-o à sua imagem e semelhança. Outro aspecto essencial da doutrina é a revelação de Deus como Trindade:
Pai, Filho e Espírito Santo. Não são três deuses, mas um único Deus em três pessoas. Essa verdade, embora não plenamente compreensível pela razão humana, é bíblica e profundamente relacional. O Pai envia o Filho, o Filho glorifica o Pai, e o Espírito revela e aplica a obra de Cristo no coração dos crentes. A Trindade demonstra que Deus é, em sua essência, amor — pois o amor só existe em relação. Assim, antes mesmo da criação, Deus já vivia em comunhão perfeita.
A doutrina também enfatiza os atributos divinos. Deus é eterno, imutável, onisciente, onipotente, onipresente, santo, justo e amoroso. Cada um desses atributos nos convida à adoração e à confiança. O fato de Deus ser imutável nos dá segurança; sua santidade nos chama à reverência; sua justiça assegura que o mal não ficará impune; seu amor revela sua graça para com pecadores. Esses atributos, longe de serem conceitos frios, são realidades que moldam a espiritualidade e a ética cristã.
Na história, Deus se revela progressivamente. Ele fala com os patriarcas, com o povo de Israel, por meio dos profetas e, finalmente, em Jesus Cristo. O autor de Hebreus resume bem essa progressão: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falounos nestes últimos dias pelo Filho” (Hb 1.1-2). Em Jesus, vemos o Deus invisível se tornando visível, o Verbo se fazendo carne, habitando entre nós. Conhecer a Deus não é um exercício meramente intelectual, mas uma
jornada de fé, adoração e transformação. Como afirmou A. W. Tozer, “o que vem à nossa mente quando pensamos em Deus é a coisa mais importante sobre nós.”
Isso nos desafia a buscar mais do conhecimento de Deus não apenas para saber mais, mas para viver de modo mais fiel, justo e compassivo.
Portanto, refletir sobre a Doutrina de Deus é mergulhar no coração do cristianismo. É reconhecer que Ele é o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, e que tudo existe para a sua glória. É ser chamado à humildade, à confiança e ao louvor diante d’Aquele que é, que era e que há de vir.
