A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO

 

Extraído do Livro A teologia da Libertação Morreu?” de Cláudio Ribeiro

INTRODUÇÃO

 

As transformações ocorridas na sociedade, tanto em âmbito mundial como continental, desafiam fortemente as igrejas e os cristãos, em especial em relação às formulações teóricas e as práticas pastorais inovadoras que se destacaram nas últimas décadas do século XX e que hoje parecem não serem mais os fatores que caracterizam a vivência religiosa em nossas terras.
A teologia e a pastoral latino-americanas não ficaram isentas dos impactos proporcionados pelas mudanças socioeconômicas e políticas no final do século passado simbolizadas pela queda do “muro de Berlim”. Em função disso, novos referenciais precisam ser descobertos para que a produção teológica possa ser aprofundada e adquira novos estágios cada vez mais relevantes. A tensão entre compreender e transformar o mundo não ficou isenta de simplificações para todos aqueles que temos trabalhado com a herança do marxismo ou formas similares de racionalismo político e social. O entusiasmo pelos esforços de transformação social impediu fortemente uma percepção mais definida de que o mundo mudou.
No espaço da Revista Eclesiástica Brasileira (REB), fiz tempos atrás algumas observações sobre a Teologia Latino-Americana que granjeou muitos elogios e críticas de leitores. O artigo “A Teologia da Libertação Morreu? Um panorama da Teologia Latino-Americana da Libertação e questões para aprofundar o debate teológico na entrada do milênio” 1 nos motiva essa reflexão, constituindo inclusive a primeira parte do trabalho e o título da obra.
Nossa compreensão é que para refletir sobre os atuais desafios que se apresentam à teologia e à pastoral no contexto latino-americano é necessário pressupor, ao menos, quatro aspectos. O primeiro deles trata das já referidas transformações nos campos político, social, econômico e cultural ocorridas na virada para os anos de 1990 e que até hoje exigem melhor compreensão. Tais mudanças fortaleceram o neoliberalismo econômico e desordenaram significativamente os processos de produção de conhecimento. Ao mesmo tempo vivemos o crescimento e o fortalecimento institucional de novos movimentos religiosos, em especial do pentecostalismo e das experiências de avivamento religioso.
Este pressuposto evidenciou um segundo aspecto, já igualmente engendrado desde os anos de 1980, relacionado com uma certa crise teórica nos setores teológicos. Ela precisa ser refletida em função das conexões necessárias que advogamos entre teoria (teológica) e prática (pastoral).
Um terceiro pressuposto reside no fato de que as práticas pastorais sobrevivem, indubitavelmente, sob impasses de diferentes naturezas e carecem de novos referenciais para um processo de renovação. Um último aspecto são os desafios e possibilidades de refazimento de utopias.
Trata da crise teológica e pastoral em seu aspecto dialético, ou seja, portadora de novas realidades e de novos caminhos de aprofundamento.

Aspectos da realidade socioeconômica
Os anos de 1990 foram marcados pela globalização econômica e pela exclusão social. Não é possível, pelos limites desse trabalho, uma abordagem detalhada do quadro econômico. Todavia, é importante destacar ao menos alguns consensos de diferentes e recorrentes análises do campo
social.2
As práticas políticas e econômicas vistas no Brasil e na América Latina são coerentes com as políticas neoliberais estabelecidas em todo o mundo. A própria expressão “Terceiro Mundo” não constitui mais forma adequada para descrever o mundo pobre, em função do fato de a internacionalização do mercado estar desenhando um mapa inteiramente novo. Na atualidade, novas fronteiras de uma ordem econômica estão sendo estabelecidas e essas fronteiras reforçam a exclusão social.
A força dominante no mundo atual é o mercado. Os países que são capazes para participar no mundo do mercado são aqueles aptos a produzir e consumir. Caso contrário, eles estão fora da dinâmica econômica. Os Estados têm sido incapazes de mudar as leis de mercado ou influenciar o sistema global. A ideologia neoliberal, disseminada por intermédio da globalização da informação, faz com que os povos acreditem que o mercado ou o consumo é a solução da humanidade. Isso leva as pessoas à não priorizarem os laços de solidariedade, tornando-as mais individualistas, fortalecendo, assim, preconceitos contra os pobres. A globalização econômica, por ser baseada em monopólios sustentados por grupos (e
nações) dominantes, é, portanto, uma forma de sistema assimétrico.
No Brasil, a mesma lógica prevalece: as pessoas que são capazes de produzir e consumir estão dentro da lógica do mercado; aquelas tidas por “incapazes” tornam-se obstáculos ao “sucesso” do sistema. Elas não são “necessárias” e, dessa forma, são simplesmente excluídas. A tendência na sociedade é não se prover recursos financeiros nem mesmo tempo social para se dedicar à reflexão e ação sobre a situação na qual a massa crescente de pessoas pobres vive. Há uma nítida redução de gastos dedicados às políticas de integração social.
Nestor Canclini, na conhecida obra Consumidores e Cidadãos: conflitos multiculturais da globalização, indica que

a maneira neoliberal de fazer globalização consiste em reduzir empregos para reduzir custos, competindo entre empresas transnacionais, cuja direção se faz desde um ponto desconhecido, de modo que os interesses sindicais e nacionais quase não podem ser exercidos. A consequência de tudo isto é que mais de 40 % da população latino-americana se encontra privada de trabalho estável e de condições mínimas de segurança, que sobreviva nas aventuras também globalizadas do comércio informal, da eletrônica japonesa vendida junto a roupas do sudoeste asiático, junto a ervas esotéricas e artesanato local.3

Desde a derrocada do sistema socialista soviético, o neoliberalismo, o novo estágio que o capitalismo experimentou no final do século XX, tem sido apresentado como o único caminho para se organizar a sociedade. As conhecidas e controvertidas teses de Francis Fukuyama afirmam que o triunfo do capitalismo como um sistema político e econômico significou que o mundo teria alcançado o “fim da história”.4 Sobre o neoliberalismo, como nova ordem econômica internacional, é possível elencar, de maneira sucinta, pelo menos três principais características. Primeiramente, a globalização da economia. Esta perspectiva relativiza as fronteiras nacionais que perdem a importância política, com o debilitamento do Estado. Segundo, a revolução tecnológica. Com ela houve um deslocamento do eixo central de acumulação de capital da propriedade privada para uma apropriação do conhecimento técnico e científico, denominado por alguns como propriedade intelectual. E, por fim, o deslocamento do eixo do Atlântico Norte, como bloco econômico hegemônico, para o Pacífico. Esse conjunto de mudanças fez com que a contradição entre capitalismo e socialismo – básica na ordenação política internacional até a década de 1980 – tivesse o sentido relativizado.
Esse novo estágio do sistema capitalista acentua a desvalorização da força de trabalho em função da automação e da especialização técnica e em detrimento das políticas sociais públicas. Forma-se, portanto, um enorme contingente de massas humanas excluído do sistema econômico e destinado a situações desumanas de sobrevivência ou passível de ser eliminado pela morte. Os ajustes sociais e econômicos implementados pelas políticas neoliberais geram degradação humana, perda do sentido de dignidade e consequentes problemas sociais das mais variadas naturezas.
Contraditoriamente, em meio ao processo de globalização da economia e da informação, emergem, com maior intensidade, os conflitos étnicos, raciais e regionais no mundo inteiro. Portanto, as análises sociais precisam pressupor a reordenação internacional já referida, os efeitos do fim do ‘socialismo real’ e as mudanças no capitalismo internacional, em especial por suas propostas e ênfases totalizantes e hegemônicas que reforçam sobremaneira as culturas do individualismo e do consumismo exacerbados. Todos esses aspectos são arestas correlacionadas de uma mesma realidade e demarcam as discussões em torno dos temas teológicos e pastorais.
No campo social, as sociedades latino-americanas vivem processos que, embora variados, possuem em comum uma série de obstáculos para o exercício da cidadania. Além da realidade política e econômica, está o desenvolvimento de uma cultura da violência que, além da dimensão social, envolve os aspectos étnicos, raciais e de gênero. O Brasil e os demais países da América Latina vivem tal realidade intensamente.
Soma-se a isto a violência a partir das ações do crime organizado, de justiceiros e de grupos de extermínio, e a degradação da vida humana com tráfico de crianças, comércio de órgãos humanos e prostituição.
É fato que, em termos políticos, há sinais que contradizem tal tendência. Mesmo que cada grupo ou opção política tenha diferentes avaliações em relação às suas atuações, é consenso afirmar que, nos últimos anos, diversos governos na América Latina assumiram e têm desenvolvido políticas cujo perfil se enquadra em um espectro mais ‘à esquerda’ do que seus antecessores. É o caso do Brasil, da Venezuela, do Chile, da Argentina, da Bolívia, do Equador e do Paraguai. As repercussões de tais políticas requerem uma análise à parte, mas elas têm gerado expectativas de mudança social. O mesmo se dá com alguns movimentos sociais, como, por exemplo, o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Brasil, articulações de povos indígenas na Bolívia e mobilizações populares diversas, em especial as que integram o Fórum Mundial Social em suas diferentes versões no Brasil e em outros países, cuja referência básica é que “um outro mundo é possível”.
Mesmo assim, diante desse quadro, todos os agrupamentos que tinham direta ou indiretamente como referência as experiências e as utopias socialistas chegaram a, pelo menos, duas constatações: a primeira trata da ausência de um projeto global alternativo ao neoliberalismo; e a segunda refere-se ao conjunto de perplexidades em diferentes campos do conhecimento que, usualmente, passou a ser denominado “crise dos
paradigmas”.5

As transformações no campo religioso
As últimas décadas do século XX e a primeira do corrente desafiaram os cientistas da religião e teólogos, em especial pelas mudanças socioeconômicas e as implicações delas na esfera religiosa. O leque de influências filosóficas e teológicas é tamanho que se torna árdua tarefa até mesmo descrever o cotidiano doutrinário, teológico e prático de uma comunidade religiosa.
O fato é que a vivência religiosa no Brasil sofreu, nas últimas décadas, fortes mudanças. Alguns aspectos do novo perfil devem-se à multiplicação dos grupos orientais; à afirmação religiosa afro-brasileira; ao fortalecimento institucional dos movimentos católicos de renovação carismática; às expressões espiritualistas e mágicas que se configuram em torno da chamada Nova Era; e ao crescimento evangélico, em especial, o das igrejas e movimentos pentecostais. Todas estas expressões, além de outras, formam um quadro complexo e de matizes as mais diferenciadas.
Os limites deste trabalho, obviamente, permitem apenas uma visão panorâmica da situação religiosa no Brasil. Teólogos e cientistas da religião, ao analisarem especificamente o campo das igrejas e dos movimentos cristãos, indicam que há no crescimento numérico dos grupos uma incidência intensa e direta de vários elementos provenientes da matriz religiosa e cultural brasileira. Esta, como se sabe, é marcada por elementos mágicos e místicos, fruto de uma simbiose das religiões indígenas, africanas e do catolicismo ibérico.6 Em primeiro lugar, é necessário destacar que o processo de secularização vivido em meio à modernidade não produziu, como se esperava, o desaparecimento ou a atenuação das experiências religiosas. Ao contrário, no campo cristão, por exemplo, as formas pentecostais e carismáticas ganharam apego popular, espaço social e base institucional, tanto no mundo evangélico como no católico. Outras religiões também vivenciam, no Brasil e no mundo, momentos de reflorescimento.
Sobre a “explosão religiosa” atual há um outro aspecto relevante.
Trata-se da influência na vivência religiosa de aspectos, não explicitamente religiosos, que formam a mentalidade da sociedade moderna no final do século XX, como é o caso das ênfases no consumo, na vida privada, na ascensão social e aspectos similares. Talvez isto explique, pelo menos em parte, o sucesso dos livros e ideias de autores bastante difundidos como Paulo Coelho e Lair Ribeiro, entre outros.
São muitos os detalhes dessa perspectiva e diversas são as práticas a ela relacionada, o que dificulta as sínteses. Sob o nome de Teologia da Prosperidade – correndo o risco de simplificações – podemos agrupar visões religiosas como a “Confissão Positiva” (não aceitação da fragilidade humana), o “Rhema” (poder direto de Deus concedido pessoalmente aos crentes), a “Batalha Espiritual” (deslocamento religioso para explicações dos projetos históricos) e a “Vida na Bênção”
ou “na Graça” (transferência da escatologia para a vida terrena).
Neste sentido, destacam-se as “religiões de mercado” bastante evidenciadas em propostas no campo pentecostal, tanto nas vertentes evangélicas como católica. A temática do mercado remonta à relação entre teologia e economia que vem sendo trabalhada por diversos autores como Franz Hinkelammert, Hugo Assmann, Julio de Santa Ana e Jung Mo Sung.
No entanto, não é somente no campo cristão que esse fenômeno se manifesta. Diferentes religiões, incluindo as de natureza afro-brasileira, possuem vertentes que advogam formas de uma “espiritualidade de consumo”, cujo caráter intimista, individualista e marcado pela busca de respostas imediatas para problemas pessoais ou familiares concretos revela-se na troca de esforços humanos (ofertas materiais e financeiras, atos religiosos como orações, bênção de objetos materiais e outros) por um retorno favorável aos desejos e necessidades humanas por parte do divino. Uma simples observação dos meios de comunicação social possibilita constatar o aumento do número de programas que utilizam os sistemas “0800” e “0900” para fins religiosos.
Todo esse quadro está em sintonia com as transformações sociopolíticas, econômicas e culturais em todo o mundo.
Em relação ao fortalecimento do pentecostalismo, é possível afirmar que este fenômeno tem sido indicado como o mais relevante quanto às transformações religiosas no País. A importância do crescimento do movimento evangélico se dá, entre outras razões, pela possibilidade de ele estabelecer-se, nas próximas décadas, como uma alternância da hegemonia no campo religioso, historicamente pertencente ao catolicismo.
Além disso, chama a atenção o destaque social alcançado pelos grupos evangélicos, em especial no campo político e das comunicações.
Nas universidades e em institutos de pesquisa têm-se multiplicado as análises sobre esse crescimento, além do aumento de programas no rádio, na televisão, e de jornais, revistas e literatura diversa. Cresceu a importância social dos evangélicos no País, com consequências benéficas e/ou desastrosas, que variam de acordo com o contexto ou com a perspectiva em que se olha a questão. Análises e documentários na TV têm dedicado atenção a esse fenômeno, com destaque para as formas inéditas de mobilização da população, participação político-partidária e ações diversas no campo artístico, cultural e social.
É fato que o esforço para compreensão das experiências pentecostais tem sido, na maior parte das vezes, restrito ao universo interno das igrejas. Ou seja, para se encontrarem as razões de crescimento do movimento pentecostal é listada, em geral, uma série de limitações da vivência interna das igrejas tradicionais – protestantes ou católica –, com ênfase no campo doutrinal e litúrgico. De fato, há forte reação dos movimentos de avivamento espiritual ao racionalismo presente nas igrejas tradicionais. Todavia, as últimas décadas têm revelado inúmeras transformações na sociedade em geral com forte relação com a religião, das quais o movimento pentecostal não pode estar desassociado. Por isso, os horizontes de interpretação necessitam ser alargados.
Desde meados da década de 1970, diferentes movimentos religiosos — cristãos e não cristãos — vêm intervindo na esfera social e política a partir de projetos próprios de hegemonia.7 O espaço de atuação desses movimentos tem sido a crise das ideologias e utopias seculares, já engendrada desde essa época. À medida que aumenta o desencanto com as perspectivas de transformação político-social, surgem propostas religiosas de “reconstrução do mundo”, com diferentes enfoques.
O Brasil, assim como os demais países latino-americanos, sofrem influências de projetos de recristianização. No campo católico, são visíveis as políticas exercidas pela Cúria Romana para fortalecer movimentos que reforcem a institucionalidade católico-romana. Na medida em que os movimentos, em especial os de renovação carismática, mobilizam pessoas com uma proposta religiosa intimista e de fácil assimilação no mundo moderno, eles passam a ser instrumentos privilegiados de recristianização. Esta forma também constitui, para a Igreja Católica, uma reação ao crescimento evangélico, em geral, e o pentecostal, em particular. Trata-se de uma postura de assimilação, uma vez que algumas das ênfases cúlticas e doutrinárias dos grupos carismáticos assemelham-se bastante às do pentecostalismo. No campo protestante, os esforços para visibilidade social constituem igualmente um projeto de (re)cristianização da sociedade.
Ao lado disso, devemos afirmar que o crescimento numérico do pentecostalismo deve-se, entre outros fatores, à sua profunda relação com a matriz religiosa e cultural brasileira, como o uso, por exemplo, de objetos como mediação do sagrado. Além desse aspecto, destaca-se também a maior sintonia das novas igrejas e movimentos pentecostais com a realidade urbana. Não há os limites geralmente encontrados no sistema paroquial da Igreja Católica, os templos permanecem abertos durante todo o dia e em diferentes lugares, as exigências para participação eclesial e de moralidade não são tão rígidas, o que facilita uma adesão considerável.
Outro aspecto a ser destacado é que o crescimento evangélico no Brasil tem reduzido a religião em cultura. As possíveis explicações desse fato seriam que as expressões religiosas de massa, na maior parte das vezes, perdem o núcleo central (religioso) da fé e ganham formas (culturais) mais acessíveis de comunicação. Uma outra razão é que o mercado e a indústria cultural descobriram o potencial de consumo do mundo evangélico. No campo católico, o mesmo se dá com os movimentos de renovação carismática.8 A multiplicação de grupos e expressões religiosas não cristãs e o crescimento vertiginoso do pentecostalismo têm motivado pesquisas e mobilizado a opinião pública, uma vez que incidem diretamente no comportamento social e cultural do povo brasileiro. Para o tempo presente, maiores esforços de compreensão e análise precisam ser realizados.
Nessa obra, procuro oferecer uma crítica à Teologia da Libertação, efetuada “de dentro” e em compromisso com seus princípios práticos e teóricos fundamentais, sobretudo a preferência que o Evangelho nos exige que se dê às pessoas pobres. Também uma crítica à Teologia da Prosperidade estará em nossa perspectiva, uma vez que ambas compõem um amálgama bastante singular da realidade sociorreligiosa brasileira. O objetivo principal é apresentar avaliações críticas a fim de identificar absolutizações e reducionismos metodológicos em nosso contexto teológico. Além disso, ainda que modestamente, indico possibilidades de alargamento teológico. Essas duas tarefas são feitas a partir do diálogo com o pensamento do renomado teólogo Paul Tillich (1886-1965). Esse é o foco do segundo capítulo, que intitulei “Perspectivas teológicas para o combate à idolatria”.

“Um sonho a mais não faz mal”
Nos últimos anos, tenho escrito vários textos analisando o método teológico e a conjuntura social, das igrejas e da prática pastoral.
Reconheço que a marca tem sido um tanto quanto “amarga”.9 Como pastor e teólogo, entendo que somos anunciadores da esperança e análises criteriosas são necessárias, mas não devem ser imobilizadoras. Sonhos e proposições de caminhos são igualmente importantes.
Ao meu “azedume” associei a descoberta de que não somente a perplexidade caracteriza a conjuntura social, política e eclesial. Há uma série de experiências, incipientes e localizadas, que são “fios de um tecido em
construção”.10 Acompanhando as reflexões políticas e econômicas que se deram no Fórum Mundial Social, desde a sua primeira versão em Porto Alegre-RS, em 2001, há uma série de reflexões teológicas e pastorais que indicam “um outro mundo possível”.11 Parcela significativa das questões pastorais ou políticas advém do contexto de crise, mas, não podem jamais ser compreendidas meramente em uma perspectiva negativa. Ao contrário, são indicadoras de uma nova etapa, de recriação e de aprofundamento dos processos políticos e teológico-pastorais.
Boa parte destas questões, provavelmente a maioria delas, não encontrará resposta de imediato. Talvez, seja necessário um longo e árduo processo de maturação e de gestação de novas práticas e perspectivas. Todavia, ao indicar questões estão sendo lançados alguns dos alicerces para maior densidade e profundidade na compreensão da realidade e na produção teológica latino-americana. Em síntese, serão indicadas, de forma panorâmica, temáticas que consideramos relevantes e desafios teológicos e pastorais na atualidade, como a necessidade de articulação de perspectivas teológicas distintas e a importância da dimensão ecumênica e de questões de cidadania, gênero e etnia para as reflexões teológicas atuais.

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