A compreensão mais profunda do título “Filho de Deus” encontra-se nas passagens que revelam a divindade e preexistência eterna de Jesus Cristo. Essa dimensão ontológica é naturalmente estudada em cursos de pós-graduação em Teologia, para compreender melhor a mensagem do termo “filho de Deus”.
Diferentemente dos outros usos do termo “filho de Deus” nas Escrituras, quando aplicado a Jesus em certos contextos, o título transmite uma realidade ontológica única: Jesus é Deus, o Filho eterno.

Dimensão Ontológica e o Evangelho de João
O Evangelho de João apresenta esta verdade com clareza particular em seu prólogo.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1:1). Quando este Verbo eterno “se fez carne”, ele é identificado como “o unigênito do Pai” (João 1:14).
Este movimento do texto estabelece que a filiação de Jesus não começou com sua encarnação; antes, sua vinda em carne revelou uma relação eterna preexistente.
A carta aos Hebreus desenvolve esta compreensão de maneira poderosa. O Filho é apresentado como “o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser” (Hebreus 1:3).
Mais do que isso, ele é identificado como o agente da criação: “por meio de quem também fez o universo” (Hebreus 1:2).
Esta não é uma descrição de um ser criado ou de alguém que se tornou Filho; é a revelação de alguém que é eternamente Filho e eternamente Deus, compartilhando a própria natureza divina.
O Filho de Deus e o Significado de Primogênito
Paulo oferece uma perspectiva semelhante em Colossenses. O Filho é descrito como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”
(Colossenses 1:15).
O termo “primogênito” aqui não indica que ele foi o primeiro ser criado, mas expressa sua preeminência sobre toda a criação.
De fato, o texto prossegue afirmando que “nele foram criadas todas as coisas” e que “ele existe antes de todas as coisas” (Colossenses 1:16-17).
A relação única entre o Pai e o Filho é expressa em declarações como “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho” (Mateus 11:27).
Esta intimidade exclusiva sugere uma relação que transcende qualquer analogia humana de paternidade e filiação. É uma comunhão eterna de conhecimento e amor dentro da própria Divindade.
A Dimensão Ontológica e sua Implicação na Soteriologia
Esta dimensão ontológica da filiação divina de Jesus tem implicações profundas para a soteriologia.
Porque o Filho é eternamente Deus, sua encarnação, morte e ressurreição têm poder salvador universal.
Não é apenas um ser humano perfeito morrendo por outros humanos, mas o próprio Deus entrando na história humana para efetuar a redenção.
A divindade do Filho também explica por que Jesus pode fazer declarações como “Eu e o Pai somos um” (João 10:30) ou “Quem me vê a mim vê o Pai” (João 14:9).
Estas não são meras afirmações de unidade moral ou funcional, mas expressões de uma unidade ontológica fundamental entre o Pai e o Filho.
A Compreensão Divina do Filho
Esta compreensão da divindade eterna do Filho nos protege de várias interpretações inadequadas do título “Filho de Deus”.
Jesus não é filho de Deus no mesmo sentido que os anjos, Israel ou os crentes são chamados filhos de Deus. Sua filiação é única, eterna e constitutiva de sua própria identidade divina.
Finalmente, a preexistência e divindade do Filho nos ajudam a entender por que a incarnação é um ato de tão profunda condescendência.
O Filho eterno não apenas assumiu nossa natureza, mas se humilhou ao ponto da morte na cruz, revelando assim tanto a profundidade do amor divino quanto a magnitude de nossa salvação.
No mais, para compreender melhor esta dimensão ontológica, muitos líderes religiosos têm investido na pós-graduação em Teologia. Isso porque, na prática, ela possui ferramentas para compreender esta e outras mensagens importantes das Escrituras.