O Problema do Mal: Uma Reflexão Filosófica e Teológica

O problema do mal é uma das questões mais desafiadoras da filosofia e da  teologia, debatida desde a Antiguidade por pensadores como Platão, Aristóteles, Agostinho e Tomás de Aquino. Atualmente, ele é bastante estudado em cursos de pós-graduação em Teologia. 

 

Essencialmente, ele questiona como pode existir  o mal em um mundo criado por um Deus onipotente, onisciente e perfeitamente  bom.

Problema do Mal
(Reprodução: iStock)

Se Deus possui poder absoluto, conhecimento total e bondade infinita, por  que o mal persiste?

 

Essa indagação tem desdobramentos que atravessam  séculos, influenciando a teodiceia, a ética e a antropologia filosófica. 

 

Problema do Mal: O Mal Moral e o Mal Natural

A reflexão sobre o problema do mal pode ser dividida em duas categorias  principais: o mal moral e o mal natural.

 

O primeiro refere-se às ações humanas  que causam sofrimento, como assassinatos, corrupção e injustiças.

 

O mal natural, por outro lado, compreende eventos como terremotos, tsunamis,  doenças e pandemias, que parecem independentes da ação humana. A  existência de ambos desafia a concepção de um universo ordenado e governado  por um Deus justo. 

 

Agostinho de Hipona (354–430) argumentou que o mal não tem existência  própria, mas é a privação do bem (privatio boni).

 

Segundo ele, Deus criou um  mundo bom, mas os seres humanos, dotados de livre-arbítrio, optaram por  desviar-se desse bem.

 

Assim, o mal moral é fruto da liberdade humana. No  entanto, essa explicação não resolve completamente a questão do mal natural,  que parece ocorrer sem ligação direta com as escolhas humanas. 

A Defesa do Livre-Arbítrio 

Uma das respostas clássicas ao problema do mal é a defesa do livre arbítrio.

 

Esse argumento, defendido por filósofos como Alvin Plantinga, sugere que um mundo no qual os seres humanos tenham liberdade para escolher entre  o bem e o mal é moralmente superior a um mundo de autômatos programados  para agir corretamente.

 

Assim, Deus permite o mal porque a liberdade genuína  é um bem maior. 

 

Contudo, essa explicação não responde satisfatoriamente à questão do sofrimento infantil, das catástrofes naturais e da dor que parece  desproporcional às ações humanas. 

 

A percepção sobre o livre-arbítrio é amplamente estudada o cristianismo. Atualmente, muitos cursos de pós-graduação em Teologia dialogam sobre o tema, para que haja maiores esclarecimentos sobre o que as Escrituras falam sobre esse conceito tão importante. 

O Mal como Instrumento de Aperfeiçoamento 

 

Outra abordagem é a chamada “teodiceia do aprimoramento”, sustentada  por John Hick.

 

Segundo ele, o mal e o sofrimento são meios pelos quais os seres  humanos crescem moral e espiritualmente.

 

A dor e as dificuldades desafiam as  pessoas a desenvolverem virtudes como paciência, coragem e compaixão.

 

No entanto, essa visão pode ser criticada por sugerir que o sofrimento é necessário  para o desenvolvimento moral, o que levanta questões sobre a justiça divina. 

Reflexões Finais sobre o Problema do Mal

O problema do mal não possui uma solução simples. Ele exige uma  reflexão profunda sobre a natureza da liberdade, a bondade divina e os limites  da compreensão humana.

 

Talvez a resposta esteja na própria limitação da razão  humana diante dos desígnios divinos, como argumenta Jó ao final de sua  provação: “Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra?” (Jó  38:4).

 

Essa resposta, embora não resolva completamente a questão, sugere que  o mistério do mal pode estar além da nossa compreensão.

 

Por esse direcionamento, podemos dizer que o problema do mal é um dos grandes mistérios que a teologia possui. Para estudá-lo, existem diversas maneiras, e a pós-graduação em Teologia é uma delas.

 

A partir da pós-graduação em Teologia, é possível estudar o problema do mal, bem como outros mistérios das Escrituras, para que possa ser mais fácil a compreensão do cristianismo pleno para muitos líderes religiosos. 

 

Texto por  Prof.  Dr. Erik Dorff Schmitz

 

Dr. Erik Dorff Schmitz é Doutor e Mestre em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC;  Graduando em Letras Português pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC; Bacharel  em Teologia pela Faculdade Católica de Santa Catarina – FACASC, Bacharel em Filosofia pela  Faculdade São Luiz – FSL.

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