A interpretação da Bíblia, seja de forma literal ou não, é alvo de debates há séculos. Nos últimos tempos, o mundo teológico, especialmente os cursos de pós-graduação em Teologia, voltaram seus esforços para discutir uma pergunta básica: por que alguns versículos da Bíblia são mal-interpretados?
Essa questão é alvo de controvérsia, já que existem diversas interpretações para o mesmo texto. Em busca de melhorar o conhecimento teológico aqui oferece, alguns pontos foram levantados para discussão, frisando os principais motivos de má interpretação da Bíblia, sendo eles:
1 – O uso de versículos bíblicos para fins comercias na Teologia
Usar versículos bíblicos para fins comerciais pode distorcê-los. Vender versículos bíblicos em jóias, roupas, placas e outros itens é um grande negócio. Aqui estão dois exemplos de distorção da Bíblia por meio de sua comercialização.
Primeiro, um anúncio dizia, em relação a Marcos 8:34: “Tome o mandamento de Jesus de ‘carregar sua cruz’ literalmente com [nossa empresa] e sua enorme seleção de anéis de cruz elegantes, alianças cristãs com cruzes e joias com cruz.”
Jesus certamente não quis dizer que devemos usar joias quando ordena aos discípulos que “carreguem a cruz.” Segundo, várias empresas usam a expressão “ir à segunda milha,” uma adaptação do mandamento de Jesus em Mateus 5:41, para afirmar que fazem um esforço extra no atendimento ao cliente.
Na realidade, essa frase fala sobre fazer o bem aos inimigos, não sobre amor aos clientes.
2 – Versões Desatualizadas da Bíblia: Um Tópico Importante na Pós-graduação em Teologia
Usar versões mais antigas e desatualizadas da Bíblia pode, por vezes, levar a mal-entendidos. A língua inglesa muda constantemente, por isso usar apenas uma tradução com mais de cem ou até cinquenta anos não é uma boa ideia.
Um exemplo disso é a tradução mais recente, “Eu guardo a tua palavra no meu coração” (Salmo 119:11, NRSV), que se aproxima muito mais do significado original em hebraico do que a tradução antiga “Escondi a tua palavra no meu coração” (KJV, RSV).
O fato de a versão King James de 1611 ainda ser de longe a tradução mais usada na leitura bíblica privada na América do Norte — cerca de 55% dos cristãos que leem a Bíblia em particular usam a KJV, enquanto 19% usam a NVI, a segunda versão mais popular — significa que seus leitores às vezes precisam se esforçar para evitar as desvantagens de sua linguagem ultrapassada.
Sendo assim, busque se atualizar das versões mais contemporâneas da Bíblia. Nos cursos de pós-graduação em Teologia, por exemplo, são utilizados exemplares modernos, a fim de garantir a melhor compreensão das Escrituras.
3 – Evite Leituras Superficiais
Práticas de leitura bíblica privada podem ser superficiais e reforçar mal-entendidos. A leitura devocional privada da Bíblia é uma excelente prática cristã e disciplina espiritual, digna de elogios e incentivo.
Provavelmente, todo pastor gostaria que os membros da igreja lessem mais a Bíblia. No entanto, a leitura devocional privada da Bíblia deve ser feita com cuidado.
Por exemplo, quem lê a Bíblia em particular não deve apenas tentar discernir o que Deus está dizendo para mim, mas também prestar atenção ao que Deus está dizendo para todos os cristãos hoje.
4 – Busque Estudo Coletivo
O estudo bíblico em pequenos grupos pode ser subjetivo e reforçar mal-entendidos comuns. Por exemplo, alguns estudos em pequenos grupos rotineiramente pedem que cada participante diga: “O que este versículo significa para você?”
O líder, então, resume as diferentes respostas, compara-as entre si ou as molda em um consenso. Esse tipo de estudo bíblico pode ser inspirador para seus participantes.
No entanto, o que é verdade sobre o estudo bíblico privado também se aplica ao estudo em grupo: é necessário discernir o significado das passagens bíblicas em seu contexto e aplicar esse significado cuidadosamente a nós hoje.
Felizmente, os líderes de estudos em grupo podem aprender a fazer isso, e existem muitos bons guias de estudo bíblico que ajudam os grupos a trabalhar bem com as passagens que estão estudando.
Vale destacar que, em cursos de pós-graduação em Teologia, o estudo em grupo é sempre incentivado, para garantir melhor compreensão das Escrituras, especialmente a partir de textos atualizados.
Texto por Jeferson F. Chagas, Ph.D.
